Dia 4 - Rapula - Melfi - Bari - Bar

domingo, agosto 29, 2010

Rapula - Melfi - Bari - Bar

Pois este foi um dos dias mais complicados.
Foi o dia em que tínhamos de cumprir horários.... e cumprir horários é uma coisa que, se tem de cumprir!
Tínhamos de acordar cedo, muito cedo que ainda havia uma série de kilómetros para fazer. Embora a maioria fosse de autoestrada, havia pelo menos 30 ou 40km entre o hotel e a autoestrada que eram em nacional de montanha a um domingo. Para agravar tínhamos de pôr gasolina porque não pusémos na véspera e havia quem estivesse com falta dela (erro nº1 estas coisas a fazer é quando estamos acordados, não quando estamos a acordar!).
Lá nos levantámos à hora prevista. Acho que às 07:00 já estávamos no pequeno almoço, e vimos o primeiro (e único) fenómeno do "escorrega no molho" da viagem.
Uma rapariga que estava a servir o pequeno almoço (honra lhe seja feita que tinha uns olhos que "fachefavor") estava a olhar para a nossa mesa que apesar de tudo devia ser mais interessante que as outras mesas cheias de velhos que iam para as termas, numa das idas à cozinha escorregou e só se ouviu os pratos e copos e talheres a fazer barulho pelo chão! Fartámo-nos de rir e começou a história do escorrega no molho....
Fomos para as motas e lá arancámos no meio de uma nuvem de fumo com que a DR do Maia nos brindou. Claro que já estávamos uns 30 minutos atrasados em relação ao previsto. Fomos a uma bomba perto do hotel que tínhamos visto na véspera mas estava fechada (domingo...) e sem gasolina lá nos fizémos à entrada da autoestrada. Ou pelo menos tentámos que, perdemo-nos no meio das montanhas e perdemo-nos uns dos outros (e alguns com pouca gasolina como já vos tinha dito).
Lá nos encontrámos e nos lembrámos de pedir ajuda a um velho italiano num carro. Muito simpático guiou-nos à bomba (por um caminho que ainda não sei se foi curto ou longo), a um ritmo próprio de um velho simpático que anda de carro ao domingo! Mas não era bem o nosso ritmo, ainda mais com o atraso que já tínhamos.
Atestámos o mais depressa possível numa bomba o mais calma possível...mais um atrasozito... e toca a ir para a autoestrada (finalmente), toca a fazê-la a 140 com a minha frente a balouçar como uma máquina de lavar a roupa desiquilibrada e finalmente chegámos a Bari às 11:45 quando o barco era às 12:00. Estávamos a ver o barco às11:55 quando o barco era às 12:00 e estavámos no guichet para levantar os bilhetes às 12:00 quando o barco era às 12:00.
A primeira reacção dos funcionários foi:
- O Barco já partiu!
Não podíamos acreditar, lá iam as férias de pinote, lá se iam os balcãs. O próximo barco para o Monte do Negro era daí a 8 dias....
Telefonaram ao comandante que disse que voltava para trás e que esperava por nós. Os tipos nem queriam acreditar, nem nós!
- Passaportes e bilhetes, todos! Rápido!!!
O PP tinha o passaporte lá isso tinha, na mota! Vai um sprint? Enquanto tratava de tudo, o tipo do guichet refilava que devíamos estar lá com hora e meia de antecedência e não 5 minutos antes, e que não podia ser e que asim não podia ser e não e não e não..... De pouco serviu o raspanete que depois de percebermos que o Comandante esperava já estávamos todos com um sorriso daqueles! Aquele sorriso que só os Tugas têm quando conseguem fazer o que não é suposto ser possível! Deu-nos os bilhetes e disse:"Vão, rápido!" E lá fomos todos contentes a correr para as motas com capacetes numa mão e passaportes e bilhetes na outra.
Em cima das motas entrámos no cais. O segurança pergunta:
-Para onde?
- Montenegro! - respondemos.
- Já partiu - diz o segurança.
- Não! O Comandante espera por nós! - respondemos todos contentes
E de segurança em segurança lá fomos progredindo em direcção ao barco, a ziguezaguear com as motas no meio das pessoas que desembarcavam, feitos putos todos contentes e stressados. Isto estava a andar até ao controlo fronteiriço dos carabinieri.
Íamos todos lampeiros a passar quando um polícia diz:
-Esperem! Para onde?
-Montenegro!!!!!
-Já partiu!
-Não, que o comandante espera!
-Ah... mas esperem!
E continua a ver outros carros. E nós meios impacientes, em contramão no meio dos carros que eles estavam a controlar e que chegvam a Itália, à espera e a dizer que o barco estava a partir.
De repente o Maia lembra-se de arrancar para se por na direcção dos carros. O Polícia não percebeu e começou aos berros a dizer para esperarmos e estarmos quietos... bom lá tivémos de acalmar. Ele fez-nos esperar o bocadinho que entendia necessário para nos dar a lição de obediência e quando finalmente se dirigiu a nós olhou para os passaportes como quem está a olhar para um papel em branco e mandou-nos seguir.

   
Mais uma corrida e finalmente vimos o barco à nossa espera!!!!! As 20 pessoas que estavam no barco mais a tripulação estavam todos à popa a ver o motivo do atraso, 5 motivos do atraso para ser mais exacto, e Tugas e todos contentes!
Entrámos com um sorriso, o comissário a gozar connosco e a meter conversa com o futebol... era do Bucareste. Lixou-se, acho que ali estava o único grupo de 5 tugas que não ligavam nada ao futebol...senti-me orgulhoso! :-)
Entrámos no barco e ganhámos uma viagem no tempo.
O barco era lindo, com uns 40 ou 50anos, com metade do seu peso ferruge e a outra metade em tinta que segurava a ferruge. Decorações de outra época, passageiros de outra época e tripulação de outra época!
Entrámos e pouco depois abriu o restaurante. Frango grelhado. Conversa até sermos expulsos do restaurante que fechou.
E fechou o bar e fechou tudo.
Andámos a dormitar, passear no barco e pera lá! Onde está o Esteves?
Pois o balanço foi demais para ele. Estava sentadinho e/ou deitadinho e/ou num corridinho para a casa de banho!!!!
Conversas e recomendações...e o Maia que já tinha estado no Monte doNegro sai-se com: - Pois no Monte é meio dia no máximo! Aquilo é só bodes - a referir-se às Montenegrinas - e não vale a pena perder muito tempo lá. Croácia é que é bom!
E nós:
- Pronto então bora lá para a Croácia, se lá é que é bom!
No meio de balanços, conversas esgotadas, um magnífico pôr do sol abordo e um frete daqueles uma vez que não havia nada para fazer lá chegámos à terra dos bodes, o Monte do Negro!!!!!!
Chegámos e logo no controlo fronteiriço estavam dois bodezinhos numa freeshop que fache favore. A Sra. polícia que estava a controlar a entrada outro bode, saímos do cais e somos brindados com uma equipa de bodes jogadores de vólei todas contentes por terem ganho o campeonato.
Enquanto estávamos numa terra em que ninguém fala inglês a tentar encontrar um hotel até esfregámos os olhos com tanto bode que passava para a frente e para trás!

- Ó Maia - gritávamos - isto é só bodes! Vai lá para a Croácia que nós ficamos aqui!

Lá arranjámos um hotel podre mas não muito caro, e fomos jantar num restaurante no "calçadão" de Bar. Mais uma vez só bodes, e cada par de pernas que estes bodes tinham, super espectacular! Estávamos todos eufóricos a gozar com o Maia e a dar cotoveladas uns nos outros cada vez que passava mais um exemplar desta raça de bodes com pernas até às orelhas! O Maia só dizia que não percebia que ainda à dois anos tinha lá estado e não tinha visto nada disto....
Bar é uma espécie de estância turística para Montenegrinos. O que é fixe. Não estava carregadinho de estrangeiros como outros sítios que íamos ver!
Jantámos, comemos um gelado gigante e fomos a andar para o hotel a ver os bodes perdidos que andavam na rua. Arranjámos a companhia de três cães que nos acompanharam até ao hotel. Estávamos cansados. Fomos dormir para o hotel podre.
Estávamos no Montenegro!!!!
Nos Balcãs!!!!!!!
As férias tinham começado!!!! Eh, eh....

Bar, Montenegro

domingo, agosto 29, 2010


Finalmente nos balcãs!

Ainda agora cá chegamos e já temos tanto, tanto que contar...

Tenho a acrescentar que...

domingo, agosto 29, 2010

A rapariga - italiana e um belo exemplar de - patinou no molho não escorregou coisa nenhuma. E patinou no molho porque certas e determinadas pessoas que escrevem textos de blogues de viagens, apenas com a sua presença, têm esse efeito sobre as moças. Ela viu-o, viu-se logo uma ligeira atrapalhação, cresceu quando ele lhe tentou pedir leite puro e não kefir, ela insistiu que aquilo é que era leite do bom, ficou (ainda mais) desconcentrada, sorriu, carregou a loiça, entornou a loiça, partiu a loiça (toda) porque patinou no molho... Esta é a verdade!

Ah, o barco e o belo cheirinho a combustível...
Essa do barco à nossa espera foi lindo. É para verem, os italianos e os poucos Montenegrinos que seguiam no barco, como os portugueses continuam a mandar no mundo. Tudo ali sossegadinho, à espera que chegássemos para irmos descansados para a terra onde ninguém sabia onde era Portugal. Vai buscar!

Eu, não enjoo, fico apenas ligeiramente aborrecido. E o aborrecimento causa-me uma ligeira má disposição! Fundamentalmente quando se vê maaaaaaaarrrrrrrrr - céuuuuuuuuuuuu. Maaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrr - céééééééuuuuuuuuuuuuuuuu. Muito agradável (NOT)...

E o primeiro contacto com os Bodes... O que vale é que não havia muito trânsito que aquilo era demais e nem se conseguia manter o olhar na estrada! Então e a loira que... eu conto!

Uns tinham ido ver de hotel, outros tinham ficado no estacionamento ao pé das motos porque já tinham ido ver de Hotel e não tinham conseguido nada. De repente, ao longe, avista-se uma loira... fixe... mais que fixe, bastante mesmo mais, a passar no passeio, quase à nossa frente. E nós a olhar boquiabertos e a comentar e a olhar. E ela a topar a cena toda. Vai daí, altera o percurso, põe-se a andar na nossa direcção, toda... aprumadinha, enxuta, direitinha que nem um fuso, saltitante, vem mesmo até diante de nós, pavoneia-se um pouco mais ainda ao passar à nossa frente, nós sempre segui-la com o olhar e com as cabeças e as expressões aparvalhadas e segue caminho, sempre com aquele andar e ar que em Portugal significaria algo como "sou boa, não sou?!?". E era!

E ao jantar, pizzas, na marginal: empregadas giras, pázadas de bons espécimes femininos muito apresentáveis e, diria também que, mas não experimentei nada, comestíveis...

Um luxo o Montenegro, mas era para ser só bodes!

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